No final de 1983, eu e o Francisco Santana começamos um trabalho junto à uma entidade, visando promover atividades esportivas para pessoas com deficiência visual.
Pensávamos em fazer algo que atraísse o interesse de muitos, então procuramos a Secretaria Municipal de Esportes com objetivo de realizar algumas competições junto ao CI e foi assim que conhecemos o Steven. Ele nos procurou através da SME e, de imediato, comprou a Idéia.
Foi aí que encontramos os primeiros obstáculos: descobrimos que não tínhamos praticantes de esportes no meio das pessoas com deficiência visual em número suficiente para promover um evento daquele porte e introduzir o esporte em uma entidade que não tinha em seu estatuto esse objetivo.
Assim, em mais uma visita à SME, agora com a participação do Steven, surgiu a proposta de criar uma entidade voltada para a prática de esportes.
O Steven já tinha uma grande experiência trabalhando com cadeirantes, e não foi difícil dar o primeiro passo para o nascimento do Cadevi. Em 15 de fevereiro de 1984 foi lançada a semente. Conseguimos a simpatia de um bom grupo de amigos, e em pouco tempo éramos mais de 20 pessoas com o mesmo objetivo.
Nos reuníamos na casa do Chico e da Edna na Rua dos Patriotas, no Ipiranga, para a elaboração do estatuto. E lá ficou sendo o primeiro endereço para a sede do Cadevi.
Vencida a fase burocrática para dar vida à nova entidade, começamos a prática de esportes, utilizando as praças esportivas do município e do estado.
Não conseguimos que a realização daquele evento fosse tão grandiosa quanto queríamos, mas, como primeiro evento oficial, junto com a SME, realizamos um torneio de futsal com a participação de 4 equipes; e para coroar esse trabalho, ganhamos o primeiro título.
Em pouco tempo, tínhamos praticantes de natação, atletismo e futsal, e nos tornamos conhecidos nas competições nacionais que até então se concentravam nos estados da região sul do país.
Foi um começo difícil, sem recursos, mas, com muita vontade e trabalho para manter o Cadevi vivo.
Hoje, vendo a importância que o Cadevi tem na vida de muitos que por aqui passaram para todo tipo de atendimento, de acordo com sua necessidade, tenho certeza que valeu a pena tanto trabalho.
Tenho certeza também, que lá em um outro plano, o Chico e o Mauro estão aplaudindo esses 30 anos do Cadevi e a dedicação que todos vocês têm com esta casa.
João Batista Anadão